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Ele ia passeando tranquilamente olhando espantado o movimento sempre desordenado da Avenida Paulista. Jesus meio que gostava de passear por ali, de vez em quando. Não era bem o seu lugar, Ele sabia. Era todo um movimento alucinado de gente que passava a toda hora sem sequer se olhar. Ele gostava mais de dar uma volta na favela, principalmente porque a vendedora de cocada da esquina (uma senhora negra, gordinha e de sorriso alegre) lhe lembrava muito a sua mãe... e sempre o cumprimentava: "Quer cocada, Senhor?". Ele comia, de vez em quando. Não sempre, que côco lhe fazia pigarrear, coçando a garganta. Mas a alegria da mulher, e o gosto de amor na cocada eram tão fortes, lembravam tanto a humildade da pacata Jerusalém em que Ele crescera, que Ele comia, de vez em quando. E se sentia feliz.
Mas naquele dia Ele tinha ido passear na Paulista...